Ao implementar a solução de gestão SAP S/4HANA, empresa de laminação de aço digitaliza e integra processos fabris com o ERP
A Steel Warehouse Cisa é uma empresa de produtos e serviços metalúrgicos que processa e beneficia aço carbono em sua unidade fabril na cidade de Paulínia (SP), com capacidade de produzir 200 mil toneladas de chapas de aço por ano.
A indústria transforma bobinas de aço laminado a quente e a frio – adquiridas de siderúrgicas – em chapas de diversos tamanhos e espessuras, que são vendidas, principalmente, para fabricantes de conjuntos e máquinas dos setores agrícola, infraestrutura, implementos rodoviários e construção civil. A empresa também fabrica peças planas (blanks) através de processos de corte térmico a laser e a plasma.
Para a companhia, a atenção à qualidade do produto é primordial e atender aos requisitos técnicos nos mínimos detalhes faz toda diferença para o sucesso do negócio. Com objetivo de gerir e controlar toda sua operação e estar em linha com as melhores práticas globais, decidiu implantar a solução de gestão em nuvem SAP S/4HANA. Com isso, garante uma alta performance e produtividade, ganhando maior controle e confiabilidade das informações, além de escalabilidade e inovação.
“Com a solução de gestão integrada aos sistemas de controle de maquinário, conseguimos melhorar os processos e ter informações de produção em tempo real, além de diminuir possíveis erros humanos em atividades que passaram a ser digitalizadas”, diz o gerente de TI da empresa, Renato Prazeres.
Desafio inicial: um novo sistema de gestão
O primeiro desafio era integrar os processos de chão de fábrica (manufatura, qualidade e movimentação de material) com uma solução de gestão (ERP) que “conversasse” com esses sistemas já existentes para automatizar o fluxo de dados entre ambos.
Prazeres lembra que a empresa já tinha um ERP (Plex) que também era utilizado pelas unidades da Steel Warehouse, nos Estados Unidos, mas que não atendia às necessidades de customização local. Um outro agravante, segundo o gerente de TI, era o custo alto com suporte técnico (calculado em dólar), já que a fornecedora não tinha operação no Brasil.
A ideia, então, era manter toda a infraestrutura de tecnologia de maquinário, que já funcionava bem, e substituir o ERP anterior por um outro, com capacidade de integrar o processo fabril com o back office e que contasse com um suporte ao cliente no país
Após abrir concorrência para a escolha de um novo fornecedor de ERP, a Steel Warehouse Cisa optou pelo SAP S/4HANA Cloud, que foi implementado pela Evox, consultoria especializada em soluções SAP. Prazeres lembra que o principal fator que levou à escolha da SAP foi a realização de provas de conceito (POCs) em alguns processos críticos, em que a EVOX apresentou, a partir de um Solution Center próprio, como as soluções poderiam ajudar a companhia, garantindo a capacidade técnica na integração do S/4HANA com os sistemas industriais já em uso na empresa.
Para dar mais agilidade na migração dos dados e a todas as integrações necessárias, a Evox executou o projeto por meio da plataforma de inovação na nuvem (SAP BTP). Mesmo sendo um projeto complexo, a implementação durou apenas seis meses. “Foi um tempo curto, levando em conta o desafio de integração do escritório com a fábrica. Além disso, o pessoal da linha de produção não percebeu a troca, pois não houve interrupções”, comenta Prazeres.
Agora, todas as informações geradas pelo maquinário e as especificações técnicas de cada bobina de aço recebidos pela fábrica e das chapas de aço produzidas ficam disponíveis, em tempo real, diretamente no ERP e, portanto, visíveis para todas as áreas da empresa (financeira, conta a pagar, supply chain, vendas, distribuição, qualidade, entre outras.
Rastreabilidade ágil
A laminação de aço exige um alto nível de rastreabilidade e a Steel Warehouse Cisa precisava ter informações confiáveis sobre a origem e o destino de cada peça fabricada. A integração do software de gestão também foi importante para tornar isso mais ágil internamente.
Hoje, com o ERP integrado à fábrica, é possível saber exatamente quem vendeu determinada peça para um fabricante ou cliente final, de qual bobina de aço esse item foi originado e até identificar o lote da usina siderúrgica que forneceu a bobina de aço para a Steel Warehouse Cisa. “Caso algum cliente tenha a necessidade de rastreabilidade de um componente fornecido por nós, conseguimos rastrear rapidamente todos os dados, do início ao fim, daquele item específico que foi vendido”, esclarece Prazeres.
Automação e eliminação de erro humano
Uma das características do negócio da Steel Warehouse Cisa é a necessidade de se ter um alto controle sobre as informações de manufatura. Todo aço tem uma identificação única, como um RG.
Nesse documento, que é entregue pela usina siderúrgica que fornece as bobinas, constam diversos dados técnicos dos lotes de aço que estão sendo comprados, como composição química e resultados de ensaios mecânicos.
Algumas usinas enviam isso de maneira eletrônica, outras em pdf ou outros formatos. Essas informações precisam constar no ERP e esse processo, até então, era feito de maneira manual, incorrendo em possíveis erros de digitação e a necessidade de ter pessoas fazendo esse trabalho manual.
Hoje, está tudo automatizado e os dados entram automaticamente no SAP assim que a mercadoria chega na empresa. Elas também ficam visíveis para estoque e logística. “Tivemos um ganho ao acabar com erro humano na digitação e um aumento na produtividade, já que esses profissionais, agora, podem fazer outras atividades mais estratégicas”, explica Prazeres.
Separação mais eficiente de materiais
A Steel Warehouse Cisa também obteve ganhos significativos em relação à separação de materiais que saem da fábrica para o cliente. A Evox criou um cockpit para o time visualizar uma tela única para emissão de notas fiscais. Antes, essa separação era feita manualmente e uma troca de código de barras poderia ocasionar em um lote de produto destinado a um outro caminhão.
Para acabar com esse risco de erro, a Evox desenvolveu uma ferramenta com coletores de dados. O faturista separa quais lotes devem ser embarcados. Em seguida, o separador de material faz a leitura de todas as etiquetas e seus códigos de barras. Se alguma informação não bater, o processo volta com o faturista. Com 100% de acuracidade dos lotes, aí, sim, eles são liberados para emissão da NF e, posteriormente, o material é levado para o veículo de transporte. “Isso eliminou totalmente o erro humano no envio de material para os clientes”, conclui Prazeres.
Por fim, no processo de produção da empresa, toda bobina colocada em processamento precisa ser integralmente consumida e convertida em chapas. Para assegurar a rastreabilidade em cada etapa do processo e a troca de informações gerada pelo conjunto “Linha de Produção” com o ERP, a Evox desenvolveu um cockpit ajustado a essas necessidades, permitindo que ocorra essa integração de forma automatizada, sem a necessidade de interferência humana.